Rivotril, o amigo do Alzheimer

Rivotril, o amigo do Alzheimer

O grupo de medicamentos chamado benzodiazepínicos são pouco conhecidos por esse seu enorme nome, mas sim por nomes que praticamente todas as pessoas já ouviram falar, pelos mais diversos motivos: Alprazolam (ou Frontal), Bromazepam (Lexotam, Sulpam, Somalium), Clonazepam (ou Rivotril), Clobazam, Cloxazolam (ou Olcadil), Diazepam (ou Valium) e, por ultimo, mas não menos famoso, Lorazepam (ou Lorax).

Os benzodiazepínicos muitas vezes são prescritos de maneira muito diferente do recomendado. Eles são apenas ansiolíticos e nada mais. Portanto (por mais óbvio que possa parecer), eles não tratam depressão, psicoses ou insônia, por exemplo. Ao contrário do que muitas pessoas, inclusive medicos, podem pensar.

Essas medicações tão conhecidas escondem alguns riscos que a grande maioria, inclusive aqueles que as utilizam frequentemente, desconhecem.

Os benzodiazepínicos são medicações com potencial significativo para induzir a dependência (“viciar”) e consequentemente fazer com que pacientes que façam seu uso prolongado ou sem acompanhamento fiquem anos a fio o usando sem conseguir largá-lo por um só dia sequer.

Além desses fatos, que acredito já serem por si só relevantes a ponto de repensarmos no uso dos benzodiazepínicos por ai, tem ainda o que acredito ser o pior deles: a relação entre o uso dessas medicações e alterações de memória e cognição.

Hoje em dia no mundo médico já tem com clareza a relação entre o uso prolongado (mais que três meses) dessas medicações e o risco aumentado de se desenvolver a doença de Alzheimer (esta também acredito que dispensa apresentações).

Portanto, muitas vezes por um uso incorreto de uma medicação ou por não fazer o seguimento com o psiquiatra corretamente, após 20, 30 anos, muitos poderão sofrer com uma demência que possivelmente poderia não ter se desenvolvido.

Os benzodiazepínicos são de valiosa importância na prática clínica, principalmente para nós psiquiatras. Mas nunca esquecendo que deve ser usado em situações específicas, por tempo determinado e sempre orientando muito bem o paciente.

Mas e se a pessoa já estiver “viciada”? E se já estiver fazendo uso há mais de 3 meses? E se, mesmo assim, não está bem? Calma. Para todas essas perguntas há um psiquiatra. Nunca é tarde para se retomar um bom tratamento para recuperar a qualidade de vida além de tentar evitar doenças graves.

Vamor repensar sobre o rivotril em nossas vidas?

 

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